Sexta-feira, 08 de março, assinala-se mais um Dia Internacional da Mulher.

Muitos discordam do assinalar desta data, afirmando não ter sentido e sendo, por si só, um ato de discriminação. Talvez no "nosso mundo", no mundo ocidental, nos pareça não ter muita lógica, nos dias de hoje. No entanto, há "outros mundos"...
Deixo-vos um excerto de um livro que suscitou esta reflexão:

"E então voltei para Agadir. (...) Usava véu e dormia na rua. Não há ajuda no meu país para mulheres desonradas. (*1) Não têm direitos, nem sequer o direito de dar um apelido ao seu filho. As organizações religiosas de caridade não reconhecem a sua existência. São postas à margem por toda a gente. Por fim, encontrei um centro de dia dirigido por uma fundação suiça. As pessoas foram boas para mim, embora nenhuma delas fosse muçulmana. Ajudaram-me e olharam pelo meu filho...".
in O Aroma das Especiarias, Joanne Harris

(*1) Por "mulheres desonradas" entenda-se uma jovem de 16 anos, violada pelo patrão da casa onde servia, grávida, expulsa de casa, abandonada pela família e por eles completamente desfigurada no rosto, como marca perene da sua "má conduta", da "desonra da família"!

 

 

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